Às vezes, apercebo-me do quão ingratos somos com o mundo que
nos rodeia. Se pensarmos bem, passamos a maior parte do nosso dia a reclamar. Ora
porque está muito calor, ora porque a chuva não para. Ou está um vento de tal
forma desagradável, ou não corre qualquer brisa. Se o nosso cabelo não está bem
num dia, no outro, é a roupa que não nos assenta bem. Num dia queremos chuva, e
no outro queremos sol. Hoje queremos sair, amanhã só queremos ficar em casa. Se
temos o cabelo encaracolado, queremos estica-lo. Se não nos divertimos,
queremos sair mas, se saímos, queremos voltar para casa.
Sei lá, às vezes não paramos para pensar, ainda que isso
faça parte do nosso humanismo. É normal, enquanto seres humanos que somos,
procurarmos a perfeição. No entanto, vai chegar o dia em que nos vamos
aperceber de que a perfeição não existe, e que isso não é mais do que um estereótipo
fantasiado pela realidade. Complicamos tanto. Queremos tudo, quando, na
verdade, já temos o mundo.
Não é a vida, ao contrário daquilo que possamos pensar, que
é complicada… complicados somos nós, que tornamos as coisas simples em bichos-de-sete-cabeças.
Paremos com isso. Enquanto nós perdemos tempo com coisas fúteis, há um mundo a
ser, realmente, destruído lá fora. Há milhões de pessoas a morrer à fome todos
os dias, e milhares de novos casos diagnosticados com cancro a toda a hora. A nossa
vida pode mudar irrefutavelmente em apenas um segundo. Então, o que nos resta
senão aproveitar e dar valor a tudo aquilo que temos enquanto cá estamos? A vida
não vai esperar que abras os olhos e dês o teu maior sorriso, por isso,
levanta-te e faz valer a pena.
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